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terça-feira, 3 de outubro de 2017

Fonoaudiologia - Disfagia




O fonoaudiólogo irá avaliar e classificar a disfagia. Após esse procedimento deve-se traçar um plano de terapia, objetivando uma melhora na alimentação do paciente, através do gerenciamento de uma deglutição funcional com manobras facilitadoras.



Disfagia é uma alteração nos mecanismos de controle neuromotor ou sensorial da deglutição, caracterizada pela dificuldade de deglutir. Podendo ser congênita ou adquirida, onde o paciente passou por um comprometimento neurológico, mecânico ou psicogênico.

A disfagia é uma doença caracterizada pela dificuldade de engolir, ou seja, fazer a deglutição de alimentos ou de líquidos. É um problema comum e que pode estar em diversas doenças, além de ser um problema temporário para pessoas que são submetidas a operação da coluna cervical por via anterior.


A disfagia neurogênica é decorrente de distúrbios neurológicos como o AVC, poliomielite, ELA, Doença de Parkinson, Paralisia Cerebral, tumor e TCE. A disfagia mecânica é representada por alteração nas estruturas anatômicas responsáveis pela deglutição, inflamações agudas dos tecidos da orofaringe, trauma, divertículo de Zencker e câncer de cabeça e pescoço. Já a psicogênica é causada por fatores psicológicos e emocionais, esse tipo de disfagia pode ser manifestação de patologias como a ansiedade, depressão e histeria.


O problema traz a sensação de que a comida ou o líquido estão presos na boca, garganta ou no esôfago. Estima-se que 6 a cada 10 pessoas são afetadas com o problema, principalmente pessoas idosas.

Acredita-se que metade dos pacientes que sofreram AVC sofrem da disfagia. O número é um pouco menor, mas não menos preocupante, quando se trata de pacientes com câncer de pescoço e de cabeça. De 52 a 82% dos pacientes com doença degenerativas correm o risco de possuírem disfagia.

Processo de deglutição

Antes disso, é importante entender como é que ocorre o processo normal de deglutição. O processo é complexo e é separado em três fases, denominadas:

Fase oral da deglutição;
Fase faríngea da deglutição;
Fase esofagiana da deglutição.
Fase oral

Inicia com o processo da mastigação, em que transforma o bolo alimentar maleável e com tamanho próprio para ser engolido. A língua se move de forma para empurrar o bolo alimentar para a faringe. Esse processo é feito com contração voluntária dos músculos do rosto e da cavidade oral.

Fase faríngea

Após o bolo alimentar chegar na faringe, o processo se torna involuntário. É importante ressaltar que a faringe é uma via comum para o ar que respiramos, ou seja, é impossível respirar e engolir ao mesmo tempo.

Fase esofagiana

Essa é a última fase da deglutição. Ela consiste em fazer a passagem do alimento pelo esôfago. No início e no fim do órgão existem dois músculos em forma de anel que impedem que o conteúdo presente no estômago volte à boca. Após passar pela faringe, o anel chamado esfíncter esofagiano se abre permitindo a passagem da comida ao esôfago. Após essa passagem, o anel é fechado para que o bolo alimentar não possa voltar à orofaringe.

Nesse mesmo momento, o anel que está posicionado embaixo do esôfago se abre para que o bolo alimentar passe para o estômago. Esses movimentos ocorrem por conta de contrações musculares sincronizadas levando a comida para baixo.

A disfagia acontece quando ocorre algum problema em alguma das fases citadas acima.

Classificação

Existem quatro tipos específicos de disfagia que são denominados:

Disfagia orofaríngea;
Disfagia esofágica;
Disfagia cardíaca;
Disfagia botulínica.
Disfagia orofaríngea

Esse tipo de disfagia é caracterizado pelas alterações que ocorrem na fase oral e faríngea da deglutição, geralmente causada por doenças neurais. A disfagia orofaríngea é causada mais comumente pelo AVC.

Geralmente, o problema maior é engolir líquidos, não substâncias sólidas. Exames conhecidos como videofluoroscopia e videodeglutograma podem auxiliar na definição das consistências mais seguras ao engolir, causando menor risco de pneumonia de aspiração.

Disfagia cardíaca

Algumas doenças causam dilatação na aurícula esquerda sendo capaz de comprimir o esôfago, trazendo dificuldades para engolir.

Disfagia esofágica

Esse tipo de disfagia é a mais comum por conta de uma obstrução mecânica (situação na qual a passagem de alimentos ou líquidos pelo intestino é dificultada ou bloqueada). Em alguns pacientes é possível distinguir uma causa mecânica de uma anormalidade na mobilidade no esôfago através de um histórico cuidadoso.

Disfagia botulínica

Em caso de tratamento de torcicolo com a toxina botulínica, a disfagia pode acontecer por conta da penetração da toxina nos músculos da faringe perto dos locais de aplicações da toxina.

Além desses tipos de disfagias citadas, existe ainda a disfagia funcional que é a dificuldade de engolir sem que haja algum motivo para justificar o problema. Isso acontece raramente e só pode ser considerado depois de todos os outros tipos já citados serem descartados.

Causas da disfagia

Existem diversas causas para a disfagia. Problemas neurológicos, musculares, esofagianos e anatômicos são apenas algumas delas.

Causas de origem neurológica;
Doenças do músculo do esôfago;
Obstruções físicas da faringe ou do esôfago;
Outras causas comuns.
Causa de origem neurológica

O sistema nervoso central é o responsável por controlar a deglutição e seus processos, tanto a parte voluntária quanto a involuntária. Dificuldades podem ser sentidas ao engolir, pois tanto o ato de mastigar quanto a movimentação correta da língua e dos músculos na hora de deglutição são alterados pelas doenças neurológicas.

As doenças que podem causar isso, são:

AVC;
Traumatismo craniano;
Esclerose múltipla;
Miastenia gravis;
Doença de Parkinson;
Esclerose lateral amiotrófica (ELA);
Tumores do sistema nervoso central.
Doenças do músculo e do esôfago

Para que o estômago receba os alimentos de forma sincronizada, o esôfago precisa trabalhar bastante os seus músculos. Existem doenças que podem afetar a musculatura e causar distúrbio no transporte do bolo alimentar.

As doenças são conhecidas como:

Doença de Chagas;
Síndrome de Sjögren;
Acalásia;
Esclerose sistêmica;
Transtornos da motilidade do esôfago de causa desconhecida.
Obstruções físicas da faringe ou do esôfago

Quando há algum obstáculo entre a faringe e o esôfago, a deglutição se torna mais difícil. Esse impedimento pode ser devido a reduções do calibre interno do esôfago causadas por inflamações, desenvolvimento de cicatrizes ou até mesmo tumores, tanto benignos quanto malignos.



Algumas dessas causas são conhecidas como:

Má formação do esôfago: quando a dificuldade surge na infância, o problema pode ser a má formação do órgão.
Anel de Schatzki: é um estreitamento do esôfago de causa benigna, provocado pelo aparecimento de lesões em forma de anel dentro do órgão.
Esofagite infecciosa: inflamações do esôfago causadas por infecções. Candidíase, citomegalovírus e herpes podem provocar inflamação e dificultar a passagem dos alimentos.
Radioterapia: pacientes que foram submetidos ao tratamento da radioterapia para tumores do tórax ou do pescoço podem ter como efeito colateral lesões no esôfago.
Membrana esofágica: são membranas finas que se desenvolvem no interior do esôfago, habitualmente em pacientes com anemia por carência de ferro.
Divertículos do esôfago: são pequenos sacos que se formam dentro da luz do esôfago que podem provocar obstrução por conta dos alimentos.
Tumores do pescoço: tumores ao redor da faringe ou do esôfago, como tumores da tireoide, podem ser causa da disfagia.
Redução do calibre do esôfago: é causado por cicatrizes provocadas por quadros de inflamações do esôfago de longa data.
Esofagite eosinofílica: é uma infiltração da parede do esôfago por eosinófilos, grupos de células de defesa do sistema imunológico. Esse ataque torna a parede do esôfago inflamada e rígida, impedindo a passagem de bolos alimentares que sejam maiores.
Outras causas comuns

Alguns medicamentos podem causar a disfagia, como, antibióticos e até mesmo antiinflamatórios.

Fatores de risco

A disfagia pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas as pessoas que mais sofrem com o problema são os idosos, pois possuem mais chances de desenvolver problemas relacionados às principais causas da doença.


Para que ocorra um bom resultado no tratamento do paciente disfagico é necessário um trabalho multidisciplinar, geralmente os profissionais envolvidos no trabalho são: fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista, enfermeiro, médico e o fonoaudiólogo.


Tosse e regurgitação nasal são sintomas que podem surgir durante a deglutição. Isso é resultado de uma anormalidade. Quando há dor ao engolir, a disfagia pode ser chamada de odinofagia. Dor no tórax pode surgir em alguns pacientes.

Diagnóstico

O médico responsável por cuidar dos pacientes com disfagia é o gastroenterologista e também o otorrinolaringologista. Antes de realizar a bateria de exames, o médico analisará o histórico de vida do paciente e de seus familiares.

O profissional pode solicitar uma endoscopia digestiva que irá diagnosticar as possíveis causas da disfagia. Pode ser solicitado também uma esofagografia com bário ou a manometria esofágica além de uma videoendoscopia da deglutição.

Esofagografia com bário

A esofagografia consiste em engolir uma solução de bário que cobre o esôfago permitindo que ele tenha melhor resolução no raio-X. Assim, fica mais fácil para o médico detectar mudanças no órgão e as atividades musculares realizadas pelo esôfago.

Manometria esofágica

Nesse tipo de exame é inserido um tubo com gravador de pressão no esôfago que mede as contrações musculares durante o ato de engolir.

Videoendoscopia da deglutição

A endoscopia é feita com um instrumento fino, iluminado e flexível que é passado para baixo de sua garganta para que o médico possa ver o esôfago. A garganta também pode ser avaliada com o endoscópio e tubo iluminado enquanto o paciente tenta engolir.

Tratamento para disfagia

A principal função do tratamento da disfagia é evitar o engasgamento e a desnutrição dos pacientes. O tratamento pode ser feito de duas formas, clínico ou cirúrgico. Se for feito clinicamente, exige o acompanhamento fonoaudiológico juntamente com o uso de medicamentos.

O tratamento com o fonoaudiólogo é feito para que a qualidade de vida do paciente, previna possíveis complicações e para que ele consiga engolir melhor os alimentos e as bebidas consumidas.

Disfagia orofaríngea

Exercícios com fisioterapia e com ajuda da fonoaudiologia podem ser realizados para auxiliar na coordenação dos músculos da deglutição ou a reestimular os nervos que acionam o reflexo da deglutição.

Disfagia esofágica

Pode ser necessário o uso de um tubo específico para esticar o esôfago, fazendo com que ocorra a dilatação. Isso pode ser feito através da endoscopia com um balão especial anexado para expandir a largura do esôfago.

Nesses casos ainda pode ser recomendado a cirurgia para que haja a limpeza (desobstrução) do caminho esofágico. Além disso, o uso de medicamentos pode ser indicado para diminuir a acidez que há no estômago. Os medicamentos geralmente precisam ser tomados por um longo período.



Atenção!

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Ref: https://minutosaudavel.com.br

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